Sabe tem dias que a gente... se sente com aquela vontade de fazer algo errado...Bate aquela "coisa" de ser moleca de " aprontar" ... fazer estripulias...(adoro essa palavra)
Como prêmio sentir aquela satisfação, prazer de criança inconsequente? Rir sozinha da molecagem?
E justo nesse dia tenho uma ultra-sonografia magnética...
O lado adulto avisa: -hospital não é lugar pra isso Lica.
Maissssss tem sala de espera né ?
Chegando lá; o palco parecia vazio: tudo absolutamente sem graça; até a atendente tava de mal humor; os lábios em forma de me deixa em paz....
Nada que aguçasse a imaginação.
Suspiro, quando entra uma cena "replay" aparece uma enfermeira e fica estática olhando o nome do próximo paciente... com um imenso neon com ponto de interrogação na testa.
Nesses momentos como já sei que sou eu, sempre levanto, me apresento, tentando poupar a coitada da frustração de não saber falar meu nome.
Já no vestiário 1, começo a vestir a calça...
Juro, começo a rir alto e me vem à cabeça aqueles já famosos..."anúncios","reclames","propagandas
usadas por todo produto de emagrecimento.
O "antes" e o "depois".
Pois é , nesse momento me senti absolutamente "o depois"; na calça cabia no mínimo umas 5 Licas!!!
Eu só olhava no espelho e ria, e a enfermeira fora esperando... me apresso para vestir aquelas túnicas (que sempre me lembram Jack Nicholson mostrando a bunda) e continuo a saga do dia.
Vai ver que é por isso que te dão duas, uma abrindo atras outra na frente...mais o modelito é o mesmo.
Na sala, me deito e um japonês nada parecido com o da federal, um sorriso de orelha a orelha me pergunta se quero música.
-Que tipo de música?
-Sabi né , vc já feis massagem ? Aquere tipo .
Me pergunto o quanto ele conhece de casas de massagem....
Deito, coloco o phone e começa a música; começo a viajar quando sinto um pequeno tranco e a música .... já era.
Meus ouvidos são invadidos por um batuque conhecido , infelizmente não de outros Carnavais.
Me vejo deitada, bem acompanhada: na mão direita uma bola para uso emergencial, na outra, um remote com dois botões um verde e um vermelho que funcionariam para a música de massagem que o tranco tinha me roubado.
Como seriam longos 40 minutos ?
Da pra entender? Da pra entender? Da pra entender? Tentei tentei tentei... da pra entender? Da pra entender. Tentei tentei tentei...
Muda o tom: Pode? Pode? Pode? Não. Não. Não. Pode? Pode ? Pode ? Não. Não não.
Será que o funk nasceu dentro de uma máquina dessas?
Assim foram 40 minutinhos ... sem entender nem poder....
Sai de lá meio frustrada e muito arrependida por não ter tirado o selfie .
Mais como a moleca ainda tava de plantão , no dia seguinte, tirei essa foto abaixo quando fui ao cinema.
Não é um coelho não. São minhas botas na cadeira reclinável recém inaugurada no cinema local .